Novidades da casa da Maria

Creio poder afirmar convictamente que a minha casa adquiriu nos últimos anos um estatuto de instituição, tendo sido o sítio por excelência dos trabalhos de faculdade, dos almoços e jantares e, mais importante, das festas e reuniões sociais. Nos últimos tempos operaram-se, no entanto, várias mudanças.

A primeira foi, evidentemente, a partida do Tito, que deixou um vazio no coração de todas nós e, também, um vazio cá em casa (neste momento o quarto dele é ocupado pela minha bicicleta de exercício, pela minha cadeira cor de rosa e por um colchão de qualidade duvidosa IKEA). A segunda foi a chegada da Sabina que, para quem ainda não sabe, é a minha nova "Flatmate", como dizem lá no Reino Unido....

Arduamente preparei a casa para o Inverno rigoroso e solitário que me espera (obrigado fita Tesa Moll perfil "E"), mudei a cobertura de um dos sofás e, inédito, comecei a passar algumas peças de roupa a ferro - uma influêcia da Sabina, que tem dresscode no emprego, pelo que ocupa muito do seu tempo livre a passar camisas...Decidi ainda ocupar a ex-casa de banho do Tito, que é mais pequenina e aconchegada (e mais fácil de limpar).
Como é obvio, as coisas mudaram muito em pouco tempo. Ainda não sei o que fazer com o tempo livre que o Mestrado deixa enquanto não chegar a Licença de Aprendizagem para começar a tirar a carta. E vou ter de arranjar um carrinho de compras, daqueles que as velhinhas usam, para não voltar uber carregada do supermercado. Gostava, ainda, de arranjar paciência para pintar a casa, e disponibilidade para adoptar a Adelaide (uma gata deliciosa que espera por mim no Porto). Nada disto irá acontecer em breve. Ok, talvez compre o carrinho de compras...

De qualquer maneira, tenho sentido a falta de toda a gente que está longe. Por um lado, dado a atracção que sinto pela cultura tradicional portuguesa, é excitante estar a viver uma vida de quem tem os familiares no estrangeiro. Por outro, descobri que essa vida é, às vezes, muito vazia.

Amanhã parto cedo para o Norte, vou passar uns dias no campo. Quando todos os emigrantes se reunirem cá devíamos ir lá passar uns dias=) Ah, a minha colecção de sapatos continua a aumentar a olhos vistos.